por Stella Nardy
Tempo e espaço: uma ressignificação
As noções de “aqui” e “agora” também foram alteradas. Hoje em dia, a impressão é de que tudo acontece em maior velocidade, bem como não mais precisamos estar fisicamente em um espaço para, de fato, estar lá. Isso porque a tecnologia nos confere maior flexibilidade para executar tarefas de maneira remota, ou seja, a partir de outra localização.
Tendo em vista essa revolução do tempo e do espaço, é cada vez mais comum empresas e profissionais adotarem novas estratégias de trabalho, de forma a alinhá-las às novas demandas da vida contemporânea. É uma decorrência antropológica e comportamental, da forma como o mundo está se organizando atualmente, quais valores estão em ascensão e qual é o perfil das pessoas que estão no mercado de trabalho.
Esse novo perfil emergente remete a profissionais dinâmicos, que consigam se adaptar rapidamente, pois é assim que as transformações estão acontecendo: rápidas. O mercado de trabalho mudou e esse fato, somado a fatores como a recessão econômica, a globalização e o aumento de iniciativas autônomas, desperta nas empresas e locais de trabalho a necessidade de reinventar seus modelos de funcionamento, e nos profissionais a de atualizar seus modos de atuação.
Além das novas demandas do mercado, como disse anteriormente, as novas dinâmicas de trabalho surgiram também a partir do modo de vida, principalmente dos jovens adultos que têm como valores importantes a liberdade, a flexibilidade de horários e a autogestão. Tudo isso converge para o nascimento de espaços reconfigurados, com propostas inovadoras. Confira algumas delas:
Home office
Prática já bastante disseminada no mundo todo, inclusive no Brasil, o home office significa, ao pé da letra, o trabalho feito de casa. Ele é válido tanto para autônomos e freelancers, quanto para empresas que decidam adotá-lo como parte da rotina: com o profissional trabalhando de casa, sua concentração e produtividade podem ser maiores, bem como poupa-se tempo e recursos com deslocamento.
Uma boa dica para os adeptos do home office é criar um ambiente de trabalho favorável em casa, com boa iluminação, organizado e sem muitas interferências sonoras. Não é recomendado, por exemplo, trabalhar na cama ou no sofá, lugares que o cérebro interpreta como sendo de repouso e descanso.
Nomadismo Digital
Considerado o home office 2.0, o nomadismo digital também significa que a pessoa não precisa se deslocar até seu escritório para cumprir com suas obrigações, mas, mais do que trabalhar de casa, é possível trabalhar de qualquer lugar do mundo.
A liberdade geográfica é muito maior, mas com ela vem também uma grande carga de responsabilidade para se autogerir e cumprir prazos de entregas à longa distância. Nem todas as profissões dão essa abertura, mas, quando possível, se planejado e executado com comprometimento, o profissional desfruta de muitas vantagens. Já pensou trabalhar da beira da praia?
Coworkings
Esse modelo de negócio surgiu nos Estados Unidos e há cerca de uma década cresce gradativamente. No Brasil o movimento é mais recente, acompanhando a tendência de economia compartilhada.
Coworkings são espaços compartilhados de trabalho: compartilham-se mesas, tomadas, energia, ideias, projetos. São ótimas opções para freelancers fugirem da rotina do home office e também para empresas que não possuem sede fixa.
Prédios residenciais com espaços compartilhados
Compartilhamento, como podemos notar, é uma forte tendência. As barreiras residenciais também estão sendo quebradas e, hoje, vários condomínios e prédios já contam também com saguões e ambientes coletivos de trabalho. As construtoras e imobiliárias também percebem as necessidades do estilo de vida contemporâneo. Uma mistura de home office com coworking. Ótima ideia, né?